Psicopata
Entendendo a Psicopatia
“A psicopatia é um transtorno da personalidade definido por um conjunto específico de comportamentos e de traços de personalidade inferidos, a maioria deles vista pela sociedade como pejorativa. Portanto, não é fácil diagnosticar um psicopata. Como acontece com qualquer outro transtorno psiquiátrico, o diagnóstico baseia-se no acúmulo de indícios presentes no indivíduo a ponto de satisfazer os critérios mínimos exigidos.” – Hare, 2013.
Resumo
Compreender o comportamento humano é, sem dúvidas, um grande desafio. A complexidade do ser-humano é imensurável. Dos comportamentos que tenho estudado ao longo dos anos, se destacam aqueles que tem alguma relação com a delinquência e a violência em algum nível. Dentre os estudos que mais tenho dedicado tempo estão os que envolvem a psicopatia, narcisismo e maquiavelismo, também conhecidos como Tríade Sombria da Personalidade, assunto predominante em análise comportamental em situações de fraudes. Neste artigo, trago de forma direta, os estudos mais proeminentes sobre a Psicopatia. O artigo foi organizado a partir da compilação de diversos estudos científicos, trazendo algumas citações traduzidas diretamente da obra original de seus autores. A psicopatia, é definida como um transtorno neuropsiquiátrico que resulta em respostas emocionais deficientes, falta de empatia e controles comportamentais deficientes, comumente resultando em desvio antissocial persistente e comportamento criminoso. Pesquisas acumuladas sugerem que a psicopatia segue uma trajetória de desenvolvimento com fortes influências genéticas e que precipita efeitos deletérios em redes funcionais generalizadas, com destaque às regiões paralímbicas do cérebro.
A Psicopatia, Dr. Robert Hare
Um dos estudiosos mais proeminentes, o Dr. Robert Hare passou quase quatro décadas engajado em pesquisas sobre a natureza e as implicações da psicopatia. Hare é professor emérito da Universidade da Colúmbia Britânica e faz parte do Conselho de Pesquisa do Centro de Recursos Investigativos de Sequestro e Assassinato em Série do FBI (CASMIRC), que presta consultoria em investigações de desaparecimentos de crianças, homicídio infantil, sequestro e assassinato em série.
Análise da Conduta Humana
Conheça mais sobre o psicopatia, narcisismo e maquiavelismo no livro
Publicou e co-publicou inúmeros artigos sobre psicopatia e em conjunto com seus colegas, ofereceram a versão inicial do PCL em 1980. Hare também desenvolveu a sua versão revisada, o Psychopathy Checklist-Revised (PCL-R), para a avaliação confiável e válida do transtorno de psicopatia, sendo esse e seus derivados, um dos instrumentos mais precisos para avaliar o risco de reincidência dos infratores.
“Hare entrou em contato com psicopatas como psicólogo da prisão para a Penitenciária da Colúmbia Britânica, uma prisão de segurança máxima perto de Vancouver. O primeiro detento a visitá-lo foi “Ray”, que puxou uma faca e disse que ia usá-la em outro preso (mas não o fez). Esse ato colocou Hare em uma posição embaraçosa: ele poderia denunciá-lo ou ficar quieto e, assim, violar as regras. Ele optou por não denunciá-lo, o que deu a Ray a vantagem que procurava. Durante o restante do período de Hare na prisão, Ray o atormentou com pedidos de favores, muitas vezes mentindo sobre por que ele precisava deles e não demonstrando vergonha quando pego em uma mentira. Na verdade, ele geralmente estava pronto para se cobrir com mais uma mentira. Hare achou Ray infinitamente frustrante e mesmo assim ficou interessado no tipo de pessoa que encanta, mente com facilidade, não tem responsabilidades e gosta de manipular os outros.”
Em seus estudos, Hare acabou conhecendo e impressionando-se com o trabalho de Hervey Cleckley, cujo livro de 1941, The Mask of Sanity, neste trabalho, Cleckley definiu dezesseis traços do tipo de pessoa que Ray havia sido. Hare usou as ideias de Cleckley como base para seus próprios projetos e, durante as décadas de 1970 e 1980, tornou-se uma figura central para pesquisadores que tentavam codificar a pesquisa sobre o psicopata.
O PCL-R é uma escala de avaliação clínica, não um teste de autorrelato. A pessoa que está sendo avaliada não responde às perguntas, como acontece com outros testes psicológicos. Em vez disso, um psicólogo ou psiquiatra qualificado, familiarizado com o procedimento de avaliação, completa a avaliação com base em uma entrevista detalhada e uma revisão das informações contidas nos registros da pessoa. Então, para cada traço ou característica, o psicólogo ou psiquiatra deve fazer um julgamento sobre se cada um se aplica ou não à pessoa que está sendo avaliada. Para cada característica, vários critérios e testes devem ser aplicados.
Se o avaliador julgar que uma pessoa tem claramente uma determinada característica, então 2 pontos são adicionados à pontuação total; se uma característica se aplica apenas parcialmente ou às vezes, apenas 1 ponto é adicionado ao total. E se uma característica simplesmente não se aplica à pessoa, nada é adicionado ao total. Como existem vinte traços no PCL-R, alguém pode receber uma pontuação total de 0 (significando sem psicopatia) a um máximo de 40 (uma combinação perfeita para o psicopata protótipo).
Os 20 itens que corresponderiam a esses dois fatores na Escala de classificação de psicopatia PCL-R de Hare seria:
- Falar/Charme superficial.
- Egocentrismo/Sentido grandioso de auto-estima.
- Necessidade de estimulação/tendência ao tédio.
- Mentira patológica.
- Direção/Manuseio.
- Ausência de remorso e culpa.
- Pouca profundidade de afetos.
- Insensibilidade/Falta de empatia.
- Estilo de vida parasitário.
- Falta de controle comportamental.
- Conduta sexual promíscua.
- Problemas de comportamento precoce.
- Falta de metas realistas de longo prazo.
- Impulsividade.
- Irresponsabilidade.
- Incapacidade de aceitar a responsabilidade por suas ações.
- Vários relacionamentos conjugais curtos.
- Delinquência juvenil.
- Revogação da liberdade condicional.
- Versatilidade criminal.
CARACTERIZAÇÃO DO INSTRUMENTO
A PCL-R é composta basicamente por uma entrevista semi-estruturada que dura, em média, uma hora e meia a duas horas a ser administrada, podendo ser repartida por várias sessões e que abarca os principais aspectos da vida do sujeito de forma bastante detalhada. Resumimos em baixo os grandes grupos de questões constantes da entrevista:
- Histórico Escolar;
- Histórico Profissional;
- Objetivos Profissionais;
- Situação Financeira;
- Saúde;
- Vida Familiar;
- Relacionamentos Interpessoais e Sexuais;
- Consumo de Drogas;
- Comportamento Anti-social na Infância e Adolescência;
- Comportamento Anti-social Adulto;
- Questões Gerais;
- Outras Informações.
Hare em seu livro Sem Consciência, define “Psicopatia” como sendo: “ um transtorno de personalidade, definido por um conjunto distinto de comportamentos e traços de personalidade inferidos, a maioria dos quais a sociedade vê como pejorativos”.
Segundo Hare, dentre as características mais devastadoras da psicopatia estão o desrespeito insensível aos direitos dos outros e a propensão a comportamentos predatórios e violentos. Sem remorso, os psicopatas encantam e exploram os outros para seu próprio benefício. Eles não têm empatia ou senso de responsabilidade, e manipulam, mentem e enganam os outros sem se importar com os sentimentos do próximo. Eles são predadores e parasitas, rápidos em culpar e explorar.
Em “O psicopata na vida de todos, uma discussão entre Adolf Guggenbühl-Craig e James Hillman”:
“Essas pessoas são “inválidos psíquicos”. Ou seja, falta-lhes a capacidade de amar, de nutrir a vida e a comunidade e de formar laços duradouros com os outros. Eles podem manter conversas, mas rapidamente esquecem o assunto e a pessoa. Os relacionamentos são estritamente no momento presente, sem exigências. Além disso, essas pessoas não têm nenhum sentimento de vergonha, mesmo quando machucam alguém. Eles não têm noção de dizer a verdade, cumprir uma promessa, estender-se altruisticamente ou pagar dívidas. No entanto, eles têm a capacidade de persuadir os outros de que são pessoas morais porque sabem como adotar comportamentos apropriados quando necessário. Em vez de amor, eles estão intrigados com poder, dominação, manipulação e controle.”
O Dr. Robert Rieber escreveu em Psicopatas na vida cotidiana que as pessoas com esse transtorno experimentam uma dissociação profunda que afeta o modo como processam a linguagem, se comportam e formam objetivos. Também os salva de se tornarem psicóticos. O autor ainda argumenta que, por mais que todas as pessoas possuam alguma capacidade de ignorar exigências morais ou sociais, os psicopatas levam essa capacidade ao extremo.
Rieber também destaca que os psicopatas às vezes criam situações de perigo para se sentirem vivos. Eles perdem o controle sobre sua consciência e, assim, não conseguem desenvolver qualquer profundidade de preocupação humana. Eles podem enganar os outros com uma persona pública até que tenham um sério desentendimento com a lei.
Hare também faz uma classificação de diferentes tipos de psicopatas:
Psicopata Primário: é um indivíduo que tem um charme superficial, inteligente, sem ilusões ou pensamentos irracional, informal, insincero, incapaz de sentir culpa ou remorso, falta de julgamento prático e incapacidade de aprender com experiências, egocentrismo extremo, pobreza afetiva e incapacidade amor, relacionamento interpessoal ruim e tem dificuldade seguir um plano de vida estável.
Psicopata Secundário: corresponderia a um indivíduo capaz de mostrar culpa e remorso, pode estabelecer relacionamentos afetiva, seu comportamento seria motivado por problemas de neurótico.
Psicopatas Dissociais: seriam indivíduos que apresentam comportamentos anti-social e pertencente a um mundo marginal e possuir ou ter própria subcultura. Eles teriam uma personalidade “normal” e seriam capazes de funcionar adequadamente dentro de seu grupo, expressar lealdade, sentimento de culpa e afeição.
As principais características da psicopatia que podem ser extraídas as diferentes definições e estudos realizados por diferentes autores são:
- Ausência de alucinações ou outras manifestações de pensamento irracional
- Ausência de nervosismo e qualquer tipo de manifestação neurótico
- Charme externo superficial e inteligência notável
- Egocentrismo patológico
- Grande pobreza de reações afetivas básicas
- Sexualidade impessoal, promíscua, trivial e mal integrada
- Falta de sentimento de culpa e vergonha (remorso)
- Mentiroso, manipulador não confiável e patológico
- Perda específica de intuição
- Incapacidade de seguir qualquer plano de vida e estabelecer planos futuros de longo prazo.
- Auto-estima exagerada (auto-estima elevada, narcisista e arrogante)
- Ameaças de suicídio raramente realizadas
- Raciocínio insuficiente ou falta de capacidade de aprender com experiência vivida
- Falar
- Irresponsabilidade nas relações interpessoais
- Comportamento de fantasia e abuso de álcool
- Busque novas sensações e estímulos constantes
- Baixa ou nenhuma tolerância à frustração.
O Cérebro
A disponibilidade do PCL-R e do PCL: Screenings Version mais curto (PCL: SV) permitiu que as pessoas conduzissem pesquisas extensas sobre todos os aspectos da psicopatia, incluindo suas bases neurológicas. Uma área particular de interesse tem sido a maneira pela qual os psicopatas processam o material emocional, incluindo palavras e imagens emocionais.
Os pesquisadores Yaling Yang, Adriane Raine e seus colegas usaram imagens de ressonância magnética funcional para estudar o córtex pré-frontal no cérebro de doze homens conhecidos por sua capacidade de mentir, trapacear e manipular em uma extensão considerada patológica – uma característica de psicopatas. Quando comparados com indivíduos normais e até mesmo outros tipos antissociais, ele e seus colegas descobriram que os mentirosos mostraram um aumento de 22% a 26% na substância branca pré-frontal e uma redução de 36% a 42% na proporção de substância cinzenta/branca pré-frontal.
Como as crianças autistas, que têm dificuldade em mentir, apresentam um padrão inverso, os pesquisadores sugeriram que os mentirosos têm um déficit cerebral estrutural que lhes permite:
- uma maior capacidade cognitiva para elaborar narrativas complexas e;
- uma diminuição da inibição contra tendências antissociais.
Os resultados de vários experimentos de varredura do cérebro, usando ressonância magnética funcional (fMRI) indicam que os psicopatas não mostram os mesmos padrões de respostas cerebrais ao material emocional verbal e visual que os indivíduos não psicopatas. Enquanto as pessoas normais mostraram uma resposta cerebral diferente para palavras e imagens emocionais do que para materiais neutros, os psicopatas responderam da mesma forma a cada tipo de material.
Embora o PCL-R tenha sido desenvolvido com populações infratoras, ele também tem sido usado com outros grupos, incluindo pacientes psiquiátricos e a população em geral. Para este último, no entanto, um instrumento mais adequado é um derivado do PCL-R, o Psychopathy Checklist: Screening Version (PCL: SV), desenvolvido por Hare e seus colegas. Os itens do PCL: SV estão listados abaixo e são pontuados da mesma forma que o PCL-R é pontuado. A pontuação total no PCL de doze itens: SV pode variar de 0 a 24.
Podemos dividir a personalidade do psicopata em um modelo composto de quatro fatores ou domínios-chave. O domínio interpessoal descreve como os psicopatas se apresentam para outros, o domínio afetivo inclui o que eles sentem ou não sentem emocionalmente, o domínio estilo de vida descreve como eles vivem em sociedade e o domínio antissocial descreve sua propensão a comportamentos antissociais. Observe que a pontuação de cada item requer qualificações profissionais, aderência às instruções de pontuação no PCL: Manual SV e acesso a entrevistas extensas e informações colaterais. Descrições mais extensas são fornecidas no livro Sem Consciência.
Domínios e Traços do Psicopata [do PCL: SV]
Interpessoal Afetivo
A pessoa é: A pessoa:
- Superficial • Falta remorso
- Grandioso • Falta empatia
- Enganador • Não aceita responsabilidade
Estilo de vida Antissocial
A pessoa: A pessoa tem um histórico de:
- Éimpulsivo • Controles comportamentais ruins
- Faltametas • Comportamento Anti-social Adolescente
- É irresponsável • Comportamento antissocial adulto
O que é um escore PCL-R alto o suficiente para justificar um diagnóstico de psicopatia? A maioria das pessoas na população geral pontuaria menos de 5 no PCL-R, enquanto a pontuação média para criminosos do sexo masculino e feminino é de cerca de 22 e 19, respectivamente. Uma pontuação de corte de 30 normalmente é usada para identificar psicopatas, embora alguns pesquisadores e médicos usem uma pontuação de 25 ou superior para fins de pesquisa. Cerca de 15 por cento dos homens delinquentes e cerca de 10 por cento das delinquentes do sexo feminino obtêm uma pontuação de pelo menos 30.
O PCL: SV tem menos itens do que o PCL-R, mas os escores desses dois instrumentos têm o mesmo significado teórico e prático. A maioria das pessoas na população geral pontuaria menos de 3 no PCL: SV, enquanto a pontuação média para criminosos é de cerca de 13. Uma pontuação de corte de 18 é normalmente usada para um diagnóstico de psicopatia.
Qualquer que seja a pontuação de corte usada, os indivíduos que atingem ou excedem a pontuação são claramente diferentes daqueles com pontuações mais baixas. Se essa diferença é de tipo ou de grau ainda não está bem estabelecido, embora a evidência científica mais recente seja de que a última seja a mais provável.
Sou um psicopata?
Uma lista de características psicopáticas frequentemente evoca preocupação ou uma superação.lampejo ficial de insight. “Meu Deus, John é impulsivo e irresponsável. Talvez ele seja um psicopata!” Ou, “Eu sou um tomador de risco e durmo muito. Puta merda, eu sou um psicopata!” Talvez sim, mas apenas se muito mais das características relevantes estiverem presentes.
Pense na psicopatia como um continuum multidimensional, muito parecido com a pressão arterial, que pode variar de perigosamente baixa a perigosamente alta. Podemos nos referir a indivíduos com pressão arterial sistólica e diastólica muito baixa ou alta como hipotensos e hipertensos, respectivamente. Entre esses dois extremos há uma gama de pressões, algumas consideradas normais e outras refletindo vários graus de preocupação, mas ainda não patológicas.
Da mesma forma, o número e a gravidade (densidade) dos sintomas psicopáticosturas varia de quase zero, talvez deslizando para a santidade, a anormalmente alto, subindo em grandes problemas. Referimo-nos aos que estão na extremidade superior como psicopatas; eles têm uma dose extremamente pesada das características interpessoais, afetivas, de estilo de vida e anti-sociais que definem a psicopatia.
A maioria das pessoas cai entre esses extremos, mas principalmente para a extremidade inferior. Aqueles na faixa intermediária têm um número significativo de características psicopáticas, mas não são psicopatas no sentido estrito do termo. Seu comportamento dependeria da combinação específica de recursos que eles possuem. Certamente, muitos não serão cidadãos exemplares ou pessoas muito agradáveis, mas outros podem ser descritos como obstinados, divertidos, orgulhosos, agressivamente ambiciosos, seriamente pragmáticos ou difíceis.
Referências:
A Anatomia Da Violência: As Raízes Biológicas Da Criminalidade. 2015. Autor: Adrian Raine
Sem Consciência: O Mundo Perturbador dos Psicopatas que Vivem Entre Nós. 2013. Robert D. Hare
Snakes in Suits: When Psychopaths Go to Work. 2009. Paul Babiak, Robert D. Hare
PCL-R Escala de Evaluación de Psicopatía de Hare Revisada. Madrid 2010. Robert D. Hare

Petter Anderson Lopes
Perito Judicial em Forense Digital, Criminal Profiling & Behavioral Analysis, Análise da Conduta Humana
Especialista em Criminal Profiling, Geographic Profiling, Investigative Analysis, Indirect Personality Profiling
CEO da PERITUM – Consultoria e Treinamento LTDA.
Criminal Profiler e Perito em Forense Digital | Criminal Profiling & Behavioral Analysis | Entrevista Investigativa | OSINT, HUMINT | Neurociências e Comportamento | Autor, Professor
Certified Criminal Profiling pela Heritage University(EUA) e Behavior & Law(Espanha), coordenado por Mark Safarik M.S., V.S.M. Supervisory Special Agent, F.B.I. (Ret.) e especialistas da Sección de Análisis del Comportamiento Delictivo (SACD - formada por expertos en Psicología y Criminología) da Guarda Civil da Espanha, chancelado pela CPBA (Criminal Profiling & Behavioral Analysis International Group).
Certificado em Forensic Psychology (Entrevista Cognitiva) pela The Open University.
Certificado pela ACE AccessData Certified Examiner e Rochester Institute of Technology em Computer Forensics. Segurança da Informação, Software Developer
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